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Política | 24-11-2025 21:42:18 | Fonte: CIPRA

EM LUANDA

SG da ONU apela ao reforço da cooperação no combate ao “esmagador ciclo da dívida”

Os países membros da União Africana (UA) e da União Europeia (EU) foram apelados a reforçarem a cooperação no combate ao “esmagador ciclo da dívida” e a triplicarem a capacidade de empréstimo dos bancos multilaterais de desenvolvimento.O apelo foi feito pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, esta segunda-feira, 24 de Novembro, na abertura da 7.ª Cimeira União Africana–União Europeia, realizada no Salão Protocolar da Presidência da República, em Luanda, sob o tema “Promover a Paz e a Prosperidade através do Multilateralismo Eficaz”.No seu discurso, o líder da ONU instou os Estados- membros a conferirem aos países em desenvolvimento, muitos deles africanos, maior participação e influência nas instituições financeiras globais, defendendo uma reforma da arquitectura financeira internacional que esteja adequada ao mundo actual.António Guterres considerou a actual arquitectura financeira global injusta e ineficaz, por favorecer as “nações já abastadas”, e afirmou ser necessária uma reforma em benefício de todos.O secretário-geral da ONU recordou ainda que, em Sevilha, a comunidade internacional já havia definido passos abrangentes para avançar neste objectivo, alinhados com a Agenda 2063 da União Africana e a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.Segundo António Guterres, a cooperação entre a UA e a EU poderia contribuir para reduzir as injustiças da pobreza, atacar as causas profundas da migração e do deslocamento e desbloquear o potencial económico do continente africano.O secretário-geral abordou ainda a questão da acção climática, destacando os abundantes recursos de África, nomeadamente a energia solar e eólica, assim como minerais, cuja procura deverá triplicar até 2030, impulsionada pela transição global para a energia verde.António Guterres considerou estes recursos uma oportunidade para abandonar os antigos modelos de exploração e promover o processamento e a produção de alto valor agregado nos países de origem.Para tal, o secretário-geral salientou ser essencial o treino, o financiamento adequado e a cooperação internacional que permita uma transição justa para longe dos combustíveis fósseis, incluindo a electrificação do continente, com o cumprimento das promessas de duplicar o financiamento para adaptação ainda este ano e triplicá-lo até 2035, tornando efectivas as decisões da COP de Baku.No domínio da paz, António Guterres defendeu que as soluções residem no fortalecimento do multilateralismo, incluindo instituições regionais e globais, lembrando que a UA e a EU representam 40 por cento dos Estados-membros da ONU e têm capacidade para implementar a Carta, negociar acordos e guiar o mundo para uma realidade mais estável e inclusiva, onde o direito internacional prevalece e as injustiças e desigualdades são progressivamente eliminadas.“Da turbulência de hoje, podem criar uma nova era de esperança, de unidade, de igualdade e de paz”, disse António Guterres.

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