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Notícia
Discurso |
11-01-2025 22:22:24
| Fonte: CIPRA
“A BASE DO DESENVOLVIMENTO DAS NOSSAS ECONOMIAS É A AGRICULTURA”
Discurso do Presidente João Lourenço em Kampala
<p>- Sua Excelência Yoweri Kaguta Museveni,<br>Presidente da República do Uganda, nosso anfitrião;</p><p>- S u a s Excelências Chefes de Estado e de Governo;</p><p>- Suas Excelências Representantes de Chefes de Estado e de Governo;</p><p>- Excelentíssimos Ministros;</p><p>- Caros Embaixadores;</p><p>- Minhas Senhoras, Meus Senhores</p><p>É com a mais elevada honra que, na qualidade de 1 ° Vice-Presidente da Mesa da Conferência dos Chefes de<br>Estado e de Governo da União<br>Africana, tomo a palavra para presidir a esta Cimeira Extraordinária da nossa<br>organização continental, dedicada ao<br>Programa Integrado para<br>Desenvolvimento da Agricultura em<br>África, em representação de Sua Excelência Mohamed Ould Ghazouani, Presidente da <br>República Islâmica da Mauritânia e Presidente em <br>Exercício da União Africana.</p><p>Começo por manifestar a minha mais profunda gratidão <br>a Sua Excelência Presidente <br>Yoweri Kaguta Museveni,<br>Presidente da República do Uganda e ao povo da República do Uganda, por<br>terem aceitado albergar esta importante Cimeira da União Africana e pela calorosa recepção e excepcional hospitalidade reservada a todas as delegações, desde a nossa chegada a este belo e acolhedor país.</p><p>Permitam-me igualmente que transmita os nossos melhores votos de saúde e felicidades a Vossas Excelências, a cada um dos delegados presentes nesta Cimeira e a todos os povos de África, neste ano que inicia.<br><br>Que este ano de 2025 seja sinónimo de grandes realizações e de prosperidade para todas as nações africanas e para cada cidadão do nosso continente.</p><p>Excelências, <br>Minhas Senhoras, <br>Meus Senhores,</p><p>A conjuntura internacional dos últimos anos recorda-nos continuamente que a agricultura, muito mais do que uma acividade económica, é a chave do nosso desenvolvimento sustentável e uma fonte inesgotável de novas oportunidades para as famílias africanas.</p><p>Esta Cimeira deve ser vista como uma oportunidade para analisarmos o que foi feito até aqui, desde a aprovação do Programa Integrado para o Desenvolvimento Agrícola em África em 2003, por via da Declaração de Maputo e da aprovação da Declaração de Malabo em 2014 e o que resta fazer ainda, para podermos tomar as melhores decisões tendentes a corrigir os erros cometidos e, desta forma, traçarmos as linhas que nos conduzam ao cumprimento do grande objectivo da eliminação da fome, da redução da pobreza e da promoção da segurança alimentar em África.</p><p>Permitam-me sublinhar que relativamente à Declaração de Malabo, apesar do trabalho feito até aqui e dos esforços desenvolvidos, ainda estamos muito aquém do que pretendemos no que diz respeito à implementação dos 7 compromissos relativos ao "Crescimento Agrícola Acelerado e Transformação para a Prosperidade Partilhada e Melhoria dos Meios de Subsistência", o que coloca o continente africano distante do cumprimento dos objectivos estabelecidos na Agenda 2030 sobre o Desenvolvimento Sustentável e na Agenda 2063 da União Africana.</p><p>Na reunião de hoje, devemos encontrar os consensos necessários à aprovação de uma Estratégia e Plano de Acção do Programa Integrado para o Desenvolvimento da Agricultura em África para os próximos 10 anos (2026-2035), bem como a Declaração de Kampala, que vai de alguma forma reforçar e renovar as orientações deixadas pelos Chefes de Estado aquando da realização da Cimeira de Malado.</p><p>Estes documentos orientadores representam um passo decisivo no que diz respeito aos nossos esforços colectivos para concretização das aspirações africanas ao<br>desenvolvimento, ao progresso e ao bem-estar das nossas populações.</p><p>Em nome de todos os presentes, aproveito este momento para felicitar a Comissão da União Africana, que por via do Departamento de Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável e da Agência de<br>Desenvolvimento da União Africana<br>AUDA-NEPAD, tem desenvolvido um trabalho assinalável para que esta iniciativa produza os resultados que todos pretendemos.</p><p>Esta estratégia renovada é o produto dos esforços conjugados e do espírito de colaboração dos Estados-Membros<br>da União Africana, do sector privado, da sociedade civil, das comunidades económicas regionais e dos parceiros de desenvolvimento, pelo que gostaria de aproveitar esta oportunidade para apelar à responsabilidade colectiva.</p><p>Gostaria de destacar especialmente as contribuições de instituições africanas como a Akademyia 2063 e a Policy Link, cuja dedicação ao pan-africanismo nos tem ajudado a enfrentar desafios comuns com inovação e resiliência.</p><p>Excelências,<br>Minhas Senhoras, Meus Senhores,</p><p>É importante referir que os documentos que aprovarmos nesta Cimeira representarão um ponto de viragem para o nosso continente, uma vez que passaremos a dispor de um roteiro claro para transformar os nossos sistemas agroalimentares e lançar as bases para desenvolvimento sustentável.</p><p>Vamos sair desta Cimeira com novas directivas para a concretização dos objectivos aqui delineados, tendo consciência que precisamos de quebrar o ciclo de incumprimentos das nossas próprias decisões, redobrar os nossos esforços para atingirmos todas as metas definidas nos<br>diferentes planos de acção.</p><p>Exorto a Comissão da União Africana a encontrar os mecanismos para a implementação bem-sucedida destes instrumentos estratégicos ao longo<br>dos próximos dez anos, bem como a trabalhar em estreita colaboração com os Estados-Membros para os integrar nos planos nacionais de investimento agrícola, colocando todos os meios de que dispõem para impulsionar a Agricultura dos próximos dez anos, bem como a trabalhar em estreita colaboração com os Estados-Membros para os integrar nos planos nacionais de investimento agrícola, colocando todos os meios de que dispõem para impulsionar a agricultura.</p><p>Apelamos para a necessidade de honrarmos o compromisso assumido na Declaração de Malabo, de afectarmos pelo menos 10% dos orçamentos nacionais à agricultura, mesmo sabendo dos condicionalismos de natureza financeira que todos enfrentamos.</p><p>Sabemos que o Plano de Acção que compõe o Programa Integrado para o Desenvolvimento da Agricultura em África assenta em seis pilares estratégicos que consistem em promover a produção alimentar, a agroindústria e o comércio durável, estimular o investimento e o financiamento da transformação, garantir a segurança alimentar e nutricional para todos, promover a inclusão e os meios de subsistência equitativo, construir sistemas<br>agroalimentares resilientes e reforçar a<br>governação dos sistemas agroalimentares.</p><p>Somos todos convidados a defendê-los com determinação e convicção, porque constituem um roteiro que nos conduzirá de certeza a bons resultados, tendo em conta a necessidade de os adaptar aos nossos contextos nacionais específicos.</p><p>Este programa deve constituir a base de atracção dos investimentos para a agricultura, para a produção de adubos e fertilizantes, de vacinas, de tractores e alfaias agrícolas e de outros insumos, de forma a desenvolvermos uma agricultura que nos garanta a autossuficiência e segurança alimentar.</p><p>Os fertilizantes têm um peso considerável na produtividade agrícola, estando, por este facto, explicitamente plasmado<br>na Declaração de Nairobi sobre<br>Fertilizantes e Saúde do Solo e o respectivo Plano de Acção Decenal, requerendo de todos nós uma atenção muito especial, para melhorarmos o desempenho do sector agrícola africano.</p><p>Acresce-se ainda a importância vital da mecanização agrícola, a aceleração da implementação de sistemas de produção e certificação de sementes nos países que ainda não os possuem, a melhoria das infra-estruturas rurais e o desenvolvimento de sistemas de irrigação, para que todos estes factores, no seu conjunto, concorram para a promoção de uma agricultura moderna, com altos níveis de produtividade, competitiva e com capacidade de exportação para mercados externos.</p><p>Gostaria de destacar a importância de promovermos iniciativas de defesa do ambiente e de restauração ecológica no nosso continente, como é o caso dos projectos Muralha ou Cortina Verde, com o objectivo de mitigar o avanço da desertificação e regenerar os solos e nascentes degradados pela acção do homem e, em consequência disso, pelas alterações climáticas.</p><p>Excelências,<br>Minhas Senhoras, Meus Senhores,</p><p>As decisões que tomarmos hoje definirão o futuro da agricultura em Africa e o seu papel na prosperidade económica, social e ambiental do nosso continente.</p><p>Devemos colocar a agricultura entre as mais importantes prioridades de cada uma das nossas nações, pois nela reside a base do desenvolvimento das nossas economias, da segurança alimentar e o caminho para o<br>crescimento inclusivo.</p><p>Ao dar prioridade à agricultura, estamos a investir no nosso povo, a capacitar os nossos jovens e as nossas mulheres, a criar emprego e oportunidades para as gerações futuras.</p><p>Juntos podemos tornar realidade a visão de uma África resiliente, próspera, com significativa redução da pobreza, da fome, da miséria e das doenças derivadas da subnutrição infantil.</p><p>Avancemos com determinação e empenho, unidos na nossa missão de alcançar an Africa que todos desejamos.</p><p>Com estas palavras, declaro aberta esta Cimeira Extraordinária.</p><p>Muito obrigado pela vossa atenção”</p>